A surpreendente verdade que nunca lhe contaram sobre idosos rebeldes

Alguma pessoa idosa que você conhece anda tendo atitudes rebeldes e quer fazer algumas coisas do jeito que bem entende? A surpreendente verdade que nunca lhe contaram sobre idosos rebeldes é: essa postura (de rebeldia) pode estar sendo benéfica para a saúde dessa pessoa.

Em uma série de estudos realizados em casas de repouso nos anos 1990 nos Estados Unidos, pesquisadores estavam investigando por que alguns idosos prosperavam neste tipo de instituição, enquanto outros apresentavam um declínio físico e mental acelerado.

Eles descobriram que uma diferença fundamental era o fato de que os idosos que prosperavam faziam escolhas que contrariavam os cronogramas rígidos, os cardápios fixos e os regulamentos rigorosos que as casas de repouso tentavam impor.

Alguns pesquisadores se referiam a esses pacientes como “subversivos”, visto que várias de suas decisões se manifestavam como pequenos atos de rebeldia contra o status quo. Por exemplo, no começo de todas as refeições, um grupo de uma instituição de Santa Fé trocava alimentos entre eles, a fim de compor refeições personalizadas, em vez de aceitar placidamente o que havia sido servido.

Um paciente explicou a um dos pesquisadores que sempre dava o seu pedaço de bolo para outra pessoa porque, embora gostasse de bolo, “preferia comer algo menos saboroso que eu mesmo tenha escolhido”.

Um grupo de moradores de uma casa de repouso em Little Rock violou as regras da instituição as deslocar a mobília de seus quartos para personalizar a decoração. Como os armários eram presos às paredes, eles usaram um pé de cabra – surrupiado de um armário de ferramentas – para soltar as penteadeiras.

O administrador decidiu marcar uma reunião e dizer que ninguém podia realizar decorações independentes; se os idosos precisassem de ajuda, a equipe estaria à disposição. Para sua surpresa, os moradores informaram que não queriam auxílio algum, que não precisavam de permissão e que pretendiam continuar fazendo o que lhes desse na telha.

Esses pequenos atos de rebeldia, no quadro geral, eram relativamente banais. Entretanto, eram potentes do ponto de vista psicológico, porque os subversivos encaravam as revoltas como um indício de que ainda controlavam a própria vida.

Os subversivos andavam, em média, cerca de duas vezes mais do que os outros pacientes das casas de repouso. Eles comiam cerca de um terço a mais, obedeciam às ordens dos médicos com mais regularidade, tomavam seus remédios, faziam exercício e mantinham mais relacionamentos com parentes e amigos.

Esses idosos haviam chegado às casas de repouso com o mesmo número de problemas de saúde dos outros mas, lá dentro, viviam por mais tempo, mostravam um nível de felicidade maior e eram muito mais ativos fisicamente e intelectualmente.

“É a diferença entre tomar decisões que prova, pra você mesmo, que você ainda está no comando da sua vida versusassumir uma postura de que só está esperando a morte chegar”, disse Rosalie Kane, gerontóloga da Universidade de Minnesota. “Não faz muita diferença se você come ou não o bolo. Mas, se você se recusa a comer o bolo deles, mostra a si mesmo que ainda dá as regras”. Os subversivos prosperavam porque sabiam assumir o controle.

Em outras palavras, as escolhas mais poderosas para gerar motivação são as que produzem dois efeitos: convencer-nos de que estamos no controle e atribuir às nossas ações um sentido mais amplo.

Decidir escalar uma montanha pode se tornar uma expressão de amor por uma filha, por exemplo. Resolver promover uma insurreição na casa de repouso pode virar uma prova de que ainda se está vivo. Um lócus de controle interno (*) surge quando desenvolvemos um hábito mental de transformar obrigações em escolhas significativas quando estabelecemos que temos autoridade sobre a nossa vida.

(*) Lócus de controle é a expectativa do indivíduo sobre a medida em que os seus reforçamentos se encontram sob controle interno (esforço pessoal, competência, etc.), ou externo (as outras pessoas, sorte, chance, etc.). Foi formulado por Julian B. Rotter em 1966 em seu artigo “Psychological Monographs”. Locus significa lugar em latim.

Com conteúdo de: QueroCuidador.com.br

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